December 23
O Brasil deve consumir cerca de 11,5 milhões de novos televisores de tela plana somente em 2010. A tendência é que esse número aumente, uma vez que o Brasil será sede da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016) – e a perspectiva é que, em 2014, o país já seja o terceiro maior mercado mundial de televisores.
Para disputar os consumidores desse mercado em crescimento, as principais produtoras mundiais do setor iniciaram a montagem local dessas telas, reduzindo o volume de importação dos aparelhos atuais. Hoje, no país, são várias as marcas montadoras: Sony, Samsung, Semp Toshiba, LG, CCE e Philips.
Esta última, no entanto, deu um passo adiante em relação às concorrentes e, desde o início deste ano, trocou a simples montagem da tela de LCD, a partir de peças importadas, para a produção do módulo propriamente dito, em salas limpas construídas na fábrica de Manaus. Esse projeto contou com investimento de R$ 20 milhões, voltado exclusivamente para abastecer o mercado brasileiro, em um primeiro momento. “A motivação principal dessa produção é adensar a cadeia de fornecimento, agilizando o supply chain local”, afirma Fabiano Lima Barreto, diretor sênior de Assuntos Corporativos da Philips do Brasil. Para ele, é “natural que as demais empresas do setor sigam o mesmo caminho de nacionalização de televisores liderado pela Philips”. Lima Barreto ressalta ainda que a empresa está sempre analisando a competitividade do mercado para fazer novos investimentos, caso ache necessário. No entanto, no momento, não tem nenhum novo projeto definido para alcançar mais uma etapa de nacionalização desses produtos no país. Hoje 100% dos televisores da Philips comercializados no Brasil são de tela plana.
Investimentos em Manaus
De acordo com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), até agora, seis empresas contam com projetos aprovados no Conselho de Administração (CAS) da autarquia do governo federal, visando à produção de dispositivos de cristal líquido para televisores e monitores de vídeo nessa região do país. São elas: Philips do Brasil, Brivictory, Semp Toshiba, Samsung, Digiboard e H-Buster. Os investimentos anunciados pelas seis empresas totalizam cerca de US$ 270 milhões, com a previsão de gerar aproximadamente 1.500 empregos ao longo dos próximos três anos.
Conforme a Suframa, a produção local de displays de cristal líquido auxiliará a indústria no atendimento mais eficiente do ritmo de encomendas de televisores e na garantia da maior qualidade dos produtos. De janeiro a setembro deste ano, somente a produção de televisores com cristal líquido no Pólo Industrial de Manaus (PIM) chegou a 5,925 milhões de unidades, um crescimento de 153,33% em relação a mesmo período de 2009 (2,339 milhões de unidades fabricadas).
As empresas instaladas no PIM contam com incentivos fiscais do modelo Zona Franca de Manaus, advindos tanto da esfera federal quanto da estadual, abrangendo reduções e estímulos de crédito sobre impostos e tributos como o Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Para ter direito a esses incentivos, as empresas devem realizar uma série de contrapartidas, dentre as quais o cumprimento do processo produtivo básico (PPB).
Custos do display
“O módulo de LCD custa de 70 a 90% do valor do aparelho de tevê. É por isso que produzi-lo é estratégico para as fabricantes que disputam mercado no país reduzirem seus preços finais”, diz Victor Pellegrini Mammana, pesquisador chefe da Divisão de Displays do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), em Campinas (SP), e presidente (chairman) do LatinDisplay 2010 e da International Display Research Conference (IDRC 2010). O LatinDisplay2010 é o mais importante fórum para a discussão de tecnologia e mercado de displays no Brasil e na Ibero-América, que começa nesta terça-feira (16/11), no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA/PUC/SP), em São Paulo (SP).
Segundo Mammana, a produção nacional de displays será um dos focos do LatinDisplay 2010 porque a maioria dos componentes dos televisores de tela plana e outros produtos vendidos hoje no país é importada das principais fabricantes mundiais, como a Sharp, do Japão. Isso agrava o déficit na balança comercial brasileira do setor eletroeletrônico – a previsão para este ano é de um saldo negativo de US$ 27 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
O evento, que espera reunir cerca de 350 pessoas, entre pesquisadores, representantes de programas de governos e de empresas tecnológicas nacionais e internacionais, tem entre os seus objetivos reduzir esse déficit comercial, incentivando o aumento da cadeia produtiva brasileira de displays e produtos afins. Fabiano Lima Barreto e outro diretor da Philips do Brasil, Walter Duran, representarão a empresa durante o LatinDisplay 2010/IDRC 2010, quando poderão falar sobre produção local, novas tecnologias e TV digital.
Oportunidades no Brasil
Depois de 65 anos apenas com televisores grandes e desajeitados, feitos com tecnologia CRT (abreviação de Cathode Ray Tube), o Brasil ingressou nos anos 2000 na era dos aparelhos de tela plana de LCD (Liquid Cristal Display) e de plasma, ofertando ao consumidor modelos cada vez mais finos, maiores, leves e sofisticados.
O mercado mundial de displays para tela plana movimenta cerca de US$ 110 bilhões, com crescimento anual de aproximadamente 10% – no segmento de televisores, o incremento ultrapassa 30%. Até 2014, estima-se que o Brasil será o terceiro maior consumidor de displays do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Diante desse cenário, o LatinDisplay 2010 discutirá os resultados já obtidos a partir da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), promovida pelo governo federal desde 2008 e que contempla a área de displays. Também apresentará iniciativas para fomentar a pesquisa e a produção de displays no Brasil, contribuindo com a balança comercial nacional.
Entre os convidados confirmados para falar desses temas no primeiro dia do evento estão Margarida Baptista, assessora da Presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), que dará uma palestra com o título “Oportunidade em displays no Brasil”, a partir das 9 horas; Pedro Alem, especialista sênior em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que falará sobre “Roteiro para a indústria de alta tecnologia no Brasil”, às 14 horas; e Augusto Cesar Gadelha Vieira, secretário de Política de Informática, do Ministério da Ciência e Tecnologia, que participará da cerimônia de abertura do evento, às 8h30.
Sobre o LatinDisplay
Consagrado como o mais importante fórum para a discussão de tecnologia e mercado de displays no Brasil e na Ibero-América, a edição 2010 do LatinDisplay, este junto com a International Display Research Conference (IDRC 2010), acontecerá de 16 a 18 de novembro e trará as principais inovações mundiais em pesquisas, desenvolvimento industrial e incentivos públicos desse segmento. O evento, que será realizado no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA/PUC/SP), em São Paulo (SP), espera reunir cerca de 350 pessoas, entre pesquisadores, representantes de governos, empresários e executivos nacionais e internacionais.
O fórum é organizado pela Associação Brasileira de Informática (Abinfo), pela Society for Information Display (SID) e pela PUC-SP. A realização conjunta com o IDRC 2010 está propiciando uma grande visibilidade internacional ao evento e a atração de um maior número de empresas do exterior. Patrocinam o evento a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Como nos eventos anteriores, o LatinDisplay 2010/IDRC 2010 consistirá de um Simpósio Científico e Tecnológico, Exposição de Protótipos e Produtos, e Reuniões de Negócios, além da DisplayEscola, que este ano contará com três cursos: Percepção Visual, a ser ministrado pela Professora Doutora Ingrid Heinderickx, da Universidade de Delft e Philips, Holanda; OLEDs, a ser ministrado pela Doutora Manju Rajeswaran, da Kodak, Estados Unidos; e Caracterização de Displays, a ser ministrado pelo Doutor Adi Abileah, da Planar, Estados Unidos.
Para participar do Seminário e da DisplayEscola é necessário se inscrever no website www.abinfo.com.br/ld2010 . Já a Exposição é aberta ao público, não requerendo inscrição.
Programação do LatinDisplay 2010/IDRC 2010
Seminário Científico e Tecnológico e Exposição de Protótipos e Produtos
Quando: de 16 a 18 de novembro, das 8h30 horas às 18h.
Onde: Teatro da PUC/SP (TUCA) – Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes – São Paulo
DisplayEscola
Quando: 19 de novembro de 2010, das 8h30 às 17h30.
Onde: Centro de Ciências Exatas e Tecnologia/PUC-SP – Rua Marquês de Paranaguá, 111, Bela Vista, São Paulo (SP).
Informações complementares: latindisplay2010@abinfo.com.br
Informações à imprensa:
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(19) 3709.1165/ 9791 8261.
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