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Palestrantes internacionais no LatinDisplay 2007

November 13

A abertura do LatinDisplay 2007 contou com dois importantes palestrantes internacionais. Larry Weber, presidente da Society for Information Display (SID), a principal sociedade internacional da área de displays de informação, falou sobre a corrida por aparelhos de tevês com maior eficiência luminosa, e o jornalista Kenneth Werner, da equipe da Insight Media, empresa líder em consultoria e publicações focadas na indústria de mostradores de informações, sobre o crescimento do mercado de displays que utilizam a tecnologia OLED (sigla em inglês para Organic Light-Emitting Diode ou Diodos Orgânicos Emissores de Luz, em português).

 
Durante sua palestra, Werner trouxe informações detalhadas sobre os atuais problemas de produção em larga escala desses displays e sobre quão otimista o mercado pode estar em relação ao desenvolvimento de uma tecnologia que traga um aumento significativo na vida útil desses materiais. Segundo o jornalista, a novidade para esses displays é que finalmente chegarão a uma escala de produção no mercado internacional, depois de vários anos apenas previstos em discursos otimistas por parte dos fabricantes do setor eletroeletrônico. “Já temos volume de produção da Samsung em AMOLEDs (Active Matrix OLEDs – ou OLEDs de matriz ativa) de 2 a 3 polegadas desde o terceiro trimestre e a Chi Mei EL também iniciou sua produção no final do mesmo período. Pela primeira vez, a produção AMOLED está ultrapassando 0,5% do volume total de toda a produção de displays. Isso pode não parecer muito, mas significa que  a escalada desses mostradores finalmente está começando, embora ainda estejamos em um estágio muito inicial”, diz o especialista.


Os mostradores de informações com tecnologia AMOLED têm a preferência entre os consumidores em relação ao similar LCD (Liquid Crystal Display – ou displays de cristal líquido) devido à boa performance das telas, que são excelentes em cores saturadas, apresentam alto contraste e rendimento em imagens que se movem rapidamente. Outra vantagem dos AMOLEDs em relação aos AMLCDs é que oferecem uma economia significativa de energia, especialmente quando o conteúdo apresentado é de imagens mais pesadas, como vídeos.  Para Werner, o maior problema desse tipo de display ainda é o custo, que fica de 70% a 100% mais caro que os equivalentes  AMLCD aplicados em telefones celulares e smart phones. A razão desse alto custo, além do fato do AMOLED ainda não ter atingido grandes volumes de produção, é a fabricação pouco rentável e o fato dos atuais processos produtivos não serem compatíveis com produtos maiores, como os televisores de dimensões superiores. “Portanto, a economia de escala que ocorre com o AMLCD ainda não acontece no AMOLED. E limitação de tamanho também significa que painéis médios não podem ser feitos de maneira econômica, muito menos TVs de painel de grande área. É por isso que a televisão AMOLED da Sony, que começará a ser vendida no Japão em dezembro, tem apenas 11 polegadas na diagonal e um preço em ienes equivalente a 1.800 dólares”, ressalta.


Outro problema, segundo o jornalista norte-americano, é a vida útil limitada dos fósforos OLED. “Vida útil significa o tempo que leva para a iluminação do fósforo declinar para metade de seu valor original, o que também é chamado de ‘tempo para meia luminescência’. É uma performance mais do que boa para telefones celulares, cujos displays ficam desligados a maior parte do tempo, mas não chega nem próxima ao que a indústria eletrônica precisa oferecer aos consumidores de TV, que requer uma vida útil superior a 50 mil horas”, observa.

Palestrantes nacionais

Entre os palestrantes nacionais, um dos destaques foi Walter Duran, diretor executivo do Laboratório da Philips do Brasil, uma subsidiária da Royal Philips Electronics da Holanda que atua no País há 83 anos e é líder dos mercados locais de eletroeletrônicos, equipamentos para recepção de TV por assinatura via satélite, eletrodomésticos portáteis, produtos para cuidados pessoais e iluminação. Duran abordou a chegada da TV digital no Brasil, que começará pelo município de São Paulo no dia 2 de dezembro. “O consumidor espera ganhar melhor imagem e som com a tevê digital, num formato como os filmes vistos no cinema. E sabemos que a qualidade da digital pode ser 13 vezes superior ao da analógica, mas o aparelho vai reproduzir com fidelidade a imagem e o som que os canais transmitirem, ou seja, se forem de baixa definição, será isso o que o aparelho receptor vai obter”, garantiu Duran.

 
Segundo ele, a Philips trabalha com a expectativa de que, em cinco anos, metade dos domicílios brasileiros terão pelo menos um sinal de TV digital e que até 2015 todas as tevês em uso serão desse tipo. Para o executivo, os aparelhos de CRTs (cathode ray tubes ou tubos de raios catódicos) estão fadados a desaparecer rapidamente, com a substituição pelos modelos de LCD ou plasma. “Já vendemos para um grupo de investidores internacionais nossa fábrica de televisores CRTs que eram fabricados em São José dos Campos (SP) e devemos fecha-la em um ou dois meses. E não teremos uma unidade substitutiva para as novas tecnologias de LCD ou plasma, por exemplo”, disse. Com essa tendência, Duran observou que o governo brasileiro deve se preocupar em obter novos investidores para essas tecnologias de ponta, pois haverá um déficit entre o consumo e a produção local desses produtos, o que poderá implicar ainda mais no incremento do déficit da balança comercial nacional no segmento de eletroeletrônicos. “Hoje, os aparelhos de LCD só representam de 2 a 3% do mercado consumidor, mas projetamos que, em dois anos, ocuparão mais de 50% do total. No entanto, o futuro será de televisores com outras tecnologias mais avançadas, como os OLEDs e polímeros”.

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