User: Password:

CenPRA mostra novas tecnologias em displays flexíveis

November 14

A Divisão de Mostradores da Informação do Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA) desenvolve novas tecnologias, dentre as quais se destacam os displays reflexivos e flexíveis, feitos em plástico. São mostradores tão maleáveis quanto uma folha de papel, o que garantirá novas aplicações para produtos móveis e portáteis, como por exemplo os aparelhos de telefone celular. Já a vantagem dos displays reflexivos é que utilizam luz ambiente para produzir a imagem, dispensando o uso de iluminação traseira, o que reduz o consumo de energia, ao mesmo tempo em que sua visibilidade sob luz natural é melhorada.

 
Essas novidades estão sendo apresentadas em um dos estandes da área de exposições do LatinDisplay 2007, evento internacional que acontece em Campinas (SP) até o dia 15 deste mês. “Mostramos no evento protótipos de pesquisas abertas e financiadas pelo governo federal e estadual, que podem ser utilizados pelas indústrias eletroeletrônicas”, observa o físico Victor Pellegrini Mammana, chefe da divisão do CenPRA. O centro, que trabalha há quase 25 anos com pesquisa e desenvolvimento (P&D) na área de displays e seus aplicativos, já viabilizou a abertura de várias empresas de tecnologia no Brasil e, atualmente, participa de projetos importantes, contratados inclusive por companhias estrangeiras.

 
Entre os trabalhos relevantes está o de desenvolvimento do protótipo de um display reflexivo e flexível para uma fabricante norte-americana de eletrônica de consumo, a HP. O protótipo desse display será apresentado à multinacional em 2008, pois está sendo finalizado pelos 15 pesquisadores ligados ao projeto. “Essa pesquisa está sendo desenvolvida há quatro anos com a cooperação e o financiamento da companhia e representa hoje a maior verba destinada à nossa divisão”, afirma Mammana.

 
O pesquisador acredita que a novidade poderá estar disponível para o consumidor final de produtos móveis e portáteis daqui a alguns anos, como costuma acontecer com as tecnologias de displays, que levam um tempo até atingir o mercado. “Por trabalhar com plástico, esse display terá um custo inferior ao vidro e outros substratos rígidos hoje utilizados nos mostradores. Neste caso, o circuito também poderia ser impresso utilizando um processo parecido com o processo gráfico, evitando os métodos complicados de manufatura de componentes eletrônicos”, observa. Mammana diz que a eletrônica flexível é a grande tendência em pesquisa mundial no segmento de displays, tendo como preocupação aperfeiçoar a tecnologia para ser aplicada em produtos de consumo. “Dentre os maiores desafios está a obtenção de um mostrador que apresente amplo padrão de cores e velocidade na exibição de imagens, garantindo por exemplo, que o usuário veja vídeos com alta resolução”, ressalta.

 
O projeto do protótipo do display flexível e reflexivo para a HP, conforme o físico, também revoluciona a forma como as empresas estrangeiras do setor investem em P&D no Brasil, pois o mais comum é que contratem os pesquisadores do país em projetos restritos a atividades com menor valor agregado. “Nesse caso, trata-se de um projeto focalizado na inovação principal do display, numa atividade intensamente integrada com as melhores instituições de pesquisa e desenvolvimento industrial do mundo. Nós, do CenPRA, por exemplo, estamos trabalhando em conjunto com outros institutos de pesquisas ligados a esse empresa, localizados nos Estados Unidos, Inglaterra e até no Japão”. Mammana acredita que as multinacionais do setor eletroeletrônico estão investindo mais em P&D no Brasil principalmente porque houve uma melhoria na qualidade das instituições de pesquisa do país, que aprenderam a se integrar a trabalhos internacionais. “Além disso, o custo da pesquisa no Brasil ainda é inferior ao dos Estados Unidos, especialmente no que se refere a recursos humanos, sendo mais barato montar uma equipe qualificada aqui.”


Outra área de intensa pesquisa no CenPRA são as telas de toque e tabletes (mesas digitalizadoras). Um dos tabletes, inclusive, está sendo desenvolvido para que o deficiente visual possa interagir com o computador, usando uma lapiseira ou sensores instalados nas pontas dos dedos. “Por meio da vibração, o usuário que não enxerga poderá sentir o formato da imagem ou decifrar as letras que vemos nos monitores, mas que ele não consegue por ser deficiente visual”, explica Mammana.

Fonte: Assessoria de imprensa do LatinDisplay 2007

Sponsors:

FAPESP