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Samsung muda estrutura para fazer mais televisores em Manaus

September 29

A fábrica da Samsung em Manaus ficará dedicada à produção de eletrônicos de consumo, devido à explosão da demanda por produtos de áudio e vídeo, em especial os televisores com tela de cristal líquido (LCD). Para tanto, a fabricação de monitores está sendo migrada para Campinas (SP). Quando os produtos de áudio e vídeo da sul-coreana chegaram ao País, em 2004, a produção de telefones celulares passou para a unidade no interior de São Paulo.
"Vamos crescer 300% em unidades vendidas de TVs de LCD", disse o diretor da divisão de eletrônicos de consumo, Eduardo Mello. "A indústria estava projetando no início do ano que iria fechar 2008 com 1,2 milhão de unidades negociadas, mas já estamos trabalhando com estimativa de 2,5 milhões", afirmou.
Em receita, o crescimento é menor devido à diminuição dos preços desses aparelhos, que chegou a 30% em um ano, segundo a empresa de pesquisas GFK. A erosão de preços, estimulada pelo aumento da escala global e pela queda do valor do dólar no último ano em relação ao real, é considerada a principal causa do crescimento da demanda por LCD. Por isso, a alta do dólar na última semana foi uma preocupação para a Samsung. Os custos da montagem no Brasil aumentariam, uma vez que os componentes são importados e os pedidos para as vendas natalinas já foram feitos.
Em sete meses até julho, a indústria de televisores produziu em Manaus 1,129 milhão de LCDs, segundo dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), frente aos 331,1 mil do mesmo período do ano passado. Com esse volume, a receita dos televisores de cristal líquido pela primeira vez superou a das com tubo de imagem, US$ 1,114 bilhão de faturamento frente a US$ 1,044 bilhão.
Em volume, o tubo continua dominando o mercado nacional, com produção mais de quatro vezes superior ao LCD (ver quadro), no período. Foram fabricadas 4,615 milhões de TVs com tubo ante 1,129 milhão de LCDs até julho último.
Mas a indústria tem interesse na migração tecnológica do consumidor. "A venda do LCD estimula também a demanda de outros produtos, como sistema de home theater, aparelho de DVD de alta definição, senão ainda do ‘blu-ray’ (padrão de DVD de nova geração)", disse.
A Samsung deixou os tubos tradicionais no início do ano e mantém a fabricação - ao lado do LCD e do plasma - apenas dos televisores com o chamado tubo "slim", mais fino. "No Brasil, nem chegamos a fabricar o TV com tubo e tela curva", afirmou o executivo. Desde o início de suas operações no País a sul-coreana colocou seu foco no mercado de produtos de mais alto valor. "Em volume, a nossa participação ainda é pequena, mas, se considerar o total de receita do mercado, somos a segunda", afirmou, citando pesquisa da GFK.
Segundo o executivo, o mercado brasileiro de áudio e vídeo movimenta anualmente entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões, sendo que os televisores representam 62% do total.

Fonte: Gazeta Mercantil, 22/09/2008

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