Déficit de telas é de US$ 1,5 bi no País
October 20
O Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer (CTI), em Campinas, vai liderar o esforço brasileiro de reduzir o déficit comercial em mostradores de informação, como as telas de TV, computadores e celulares, atualmente em US$ 1,5 bilhão, e Campinas, que concentra grande número de pequenas e médias empresas exportadoras no setor de TI, será uma das maiores beneficiadas da política de desenvolvimento produtivo do governo federal. O pesquisador Victor Pellegrini Mammana, do CTI, designado para gerenciar a política de desenvolvimento produtivo de displays, como são chamados os mostradores de informação, disse que a meta é, em dois anos, aumentar a atividade industrial do setor com tecnologia consolidada e tecnologia emergente. Para isso as indústrias contarão com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um pacote de incentivos fiscais e facilidades tecnológicas. A idéia não é apenas substituir importação, mas fazer parte do mercado mundial de displays e dividir uma fatia crescente de vendas, assim como ocorreu com Taiwan, que não tinha nenhuma fábrica de produtos com displays de cristal líquido (LCD) e hoje detém 22% do mercado global. O segmento alavanca US$ 120 bilhões anuais e os displays de LCD respondem por 70% desse montante. "Teremos que agir rápido porque o mercado de displays vai explodir. Temos poucas indústrias produzindo mostradores. O Brasil era importante produtor de televisão com tecnologia CRT (da sigla em inglês para tubos de raios catódicos), mas essa tecnologia ficou obsoleta e, de exportador, passou a ser comprador de LCD", afirmou. Segundo o coordenador geral da área de microeletrônica do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Henrique de Oliveira Miguel, o Brasil hoje é o quinto comprador de displays de LCD ou de plasma em computadores e a estimativa é que chegará a ser o terceiro em 2012. "Hoje temos 10% das televisão com display LCD e a tendência é que em dois anos chegue a 50%. Isso só não é maior porque a tecnologia de alta definição ainda não está largamente acessível", disse. O PDP ainda contempla medidas para instalar uma fábrica de produção de painéis delgados e outra de insumos que exportaria componentes para setor global de displays e, na inclusão digital, prevê aumentar em 25% o acesso doméstico à internet, dobrar a base instalada de PCs e oferecer interatividade na TV Digital para, no mínimo, 30 milhões de brasileiros até 2010. Em novembro acontecerá em Campinas o LatinDisplay, evento que anualmente promove a troca de informações sobre inovações mundiais desse mercado. Neste ano, a proposta é apresentar oportunidades para a inserção do parque industrial brasileiro no mercado mundial. Segundo o representante do MCT, a política de desenvolvimento produtivo terá quatro grandes metas a serem alcançadas até 2010: acelerar o investimento fixo, estimular a inovação, ampliar a inserção internacional do Brasil e aumentar o número de micro e pequenas empresas exportadoras; e irá contemplar inicialmente 24 setores produtivos. Para isso irá desonerar a folha de pagamentos do setor na contribuição patronal para a Previdência, além de outros encargos, o que pode reduzir dos atuais 80% para aproximadamente 60%. O pacote tributário contempla isenções e descontos. As medidas pretendem aumentar a relação entre investimento fixo e Produto Interno Bruto (PIB), atualmente em 17,6%, para 21% até 2010 e ampliar a participação do Brasil nas exportações mundiais dos 1,18% em 2007 para 1,25%. Os gastos privados com Pesquisa & Desenvolvimento subirão de 0,51% para 0,65% do PIB, em um cenário em que a economia do Brasil mantenha um crescimento mínimo de 5% ao ano nos próximos quatro anos. O número de pequenas e médias empresas que exportam, por fim, deverá subir 10% até 2010, a partir das 11.792 registradas em 2006. Novo protótipo flexível é uma aposta nacional Fonte: Agência Anhanguera (29/9/2008) |